Wednesday, November 5, 2008

About Obama: Chega de Tristeza

A Brazilian journalist comments on Obama's election,underlining that his victory happened mostly by sheer luck.
Well ,luck WE NEED, but mostly the world had so far an overdose of Anger and Hate,which resulted from greed and injustice,a domino effect after the Depression and Hitler's horrible reign and consequences.
Change,We Need,and all of us are needy for a respite and co-exist.
After all,if not were should not call ourselves Homo or Femina Sapiens,but rather Plain Beasts.
If we do some introspection and stop a little to understand our role on Earth vis a vis Nature,we immediately can find the so called answers to our mysteries.
We are all on the same boat,navigating in the same waters or as I remember the playwright
Braulio Pedrosos" Viemos todos na mesma caravela"........
Here the text from Brazil.which I do not aggree with in its entirety.
And Yes, CHANGE ,WE NEED,for the better, coomon sense and a conscience.
So Sarava, Eliane!



George W. Bush foi um dos presidentes mais populares dos EUA, com índices de aprovação que chegaram a bater em 90% depois do 11 de setembro, mas sai da Casa Branca pela porta dos fundos, com uma crise financeira internacional sem precedentes, com as contas dos EUA de pernas para o ar e com a biografia para sempre manchada por ter invadido o Iraque em cima de uma mentira --a das armas químicas, afinal inexistentes-- e passando por cima da ONU. Quantos soldados americanos pagaram e quanto a economia do país pagou por isso?

Barack Obama, o senador negro, nascido no Havaí, filho de queniano, é um salto histórico enorme. Um salto de qualidade, pela simbologia, pela concretização de uma mudança profunda que é política, social e cultural. Mas é também um salto no escuro. Aos 47 anos, é bastante jovem para o desafio, jamais ocupou cargos executivos de ponta e era um desconhecido não apenas no mundo, mas dentro do próprio EUA, até sair da cadeira de senador e bater a então imbatível Hillary Clinton nas primárias do Partido Democrata.

Para fazer um bom governo, um governo tão extraordinário quanto sua eleição, Obama conta com fatores objetivos e subjetivos. O mais objetivo de todos é a força política: ele venceu com uma margem expressiva e surpreendente de votos, contrariando as sempre apertadas eleições americanas (vide a do próprio Bush...), vai unir um democrata na Casa Branca com uma sólida maioria democrata no Congresso, contrariando a tradição, e chega ao poder da maior, ou única, potência, com uma simpatia internacional poucas vezes vista.

Além disso, Obama se beneficiou do "timing" da crise: ela se alastrou pelo mundo e foi aguda durante a campanha, mas está ficando sob controle e tende a amenizar por gravidade no início do seu governo. Ou seja: a crise de certa forma prejudicou as pretensões do republicano John McCain, correligionário de Bush, e favoreceu Obama, que é democrata e baseou o discurso na "mudança", na capacidade de tirar o país do atoleiro. E ele, ao assumir em 20 de janeiro de 2009, já deverá encontrar um ambiente econômico muito mais sereno, ou pelo menos muito menos assustador. E poderá capitalizar indiretamente o clima do "pior já passou".

Seu desafio será recolocar as contas públicas, o balanço de pagamentos e os indicadores macro-econômicos americanos no lugar. Mas sem o desespero da crise de setembro e outubro. Não será fácil, e o risco de frustração realmente existe, mas é possível e bem provável que a situação no início do seu governo esteja muito melhor do que no fim do mandato Bush. O primeiro passo é acertar na equipe, com os homens e mulheres certos nos lugares certos.

Tudo somado, temos que Barack Hussein Obama, além de todos os predicados concretos, tem também aquele que é fundamental: sorte. A expectativa é que assuma justamente quando o pior da crise já tiver passado, prontinho para fazer o que é preciso fazer e colher no final os louros.

Se a fase aguda da crise parece estar passando, isso vale também para o Brasil, onde Lula mantém seus 80% de popularidade, os indicadores da indústria ainda não acusaram o golpe e tudo indica que, entre mortos e feridos, a campanha de Dilma Rousseff em 2010 vai muito bem, obrigada.

Lá nos EUA, como aqui no Brasil, Obama e Lula têm muitas coisas em comum. Uma delas é essa: sorte, uma incomensurável sorte. Ótimo. Que isso reflita positivamente para os EUA, para o Brasil e principalmente para o mundo.

Eliane Cantanhêde é colunista da Folha, desde 1997, e comenta governos, política interna e externa, defesa, área social e comportamento. Foi colunista do Jornal do Brasil e do Estado de S. Paulo, além de diretora de redação das sucursais de O Globo, Gazeta Mercantil e da própria Folha em Brasília.
P. S.
I worked for the Folha in 1967- 69.
Marguerita
http://.thepoignantfrog.blogspot.com

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