Wednesday, May 2, 2007

Lamartine

To the right,are two pages from a book of unpublished poetry by De Lamartine.
The edition I have,was published in 1885,in Paris,by
Mme Valentine De Lamartine.
She was his niece.
I found this book ,when I was seventeen years old, when I was taking part in a group art show happening in a "palacete" on Avenida Paulista, in Sao Paulo.
One night,I walked around in the empty place,imagining all the splendor that took place within the walls.The beautiful floors and the ornaments still there, in silence where just the remnants of the follies and held the secrets of love encounters and were a product of man's desire after discovering the New World and recreating old Europe in tropical lands.

I then,found this little book by De Lamartine.
The building was demolished ,shortly after that show.
I carried this little book in all my moves through the world.
This book went with me to Australia,back to Brazil and from Brazil to New York.
Lamartine was a poet with a social conscience and reading the first pages ,I Immersed myself in his dreams.
The two pages here,are from Les Visions,a poeme en 48 chants
(plan et fragments)
De Lamartine,inspired by Dante"s Divina Comedia,watched the political scene in Paris and the questions and observations he made in the 18oo's,could very well apply to our actual scenario.

O temps,suspends ton vol,heures propices,
Suspendez votre cours!
Laissez-nous savourer les rapides delices
Des plus beaux de nos jours!

Alphonse De Lamartine ( Le Lac- Meditations)

Avenida Paulista, is the main avenue in Sao Paulo city,where the coffee and plantation barons built their little palaces along the stretch.Italian artisans were brought to Brazil,marble from Carrara,beautiful antiques and art was used ,so that parties and balls could take place.This all started to happen in the 1500's,with the invasion by the Portuguese,and in the XIX century,the building of the "palacetes" until all got destroyed in the last 40 years or so....
Skyscrapers took over, and only memories were left to remind
the nostalgic souls.
No final do século XIX, iniciou-se a formação de bairros nobres residenciais na cidade de São Paulo, destinados à moradia da elite da época: fazendeiros de café e a alta burguesia de comerciantes, industriais e profissionais liberais.

O primeiro loteamento exclusivamente residencial que surgiu na cidade de São Paulo foi feito por Frederico Glete e Victor Nothmann em 1879. Tratava-se do bairro dos Campos Elíseos, nome que evocava os jardins de Paris.

Pouco mais tarde, em 1890, Martinho Buchard e Victor Nothman organizaram outro loteamento na avenida que passou a ser conhecida como Higienópolis, ou "cidade da higiene". Nesse bairro, concentraram-se os palacetes mais elegantes da cidade de São Paulo.

O italiano Ernesto Bertarelli observa em 1913:

"A Avenida Higienópolis, com alguns palacetes belíssimos e muitas casas bonitas, ricos jardins e arranjos de terreno que eliminam toda a monotonia da cidade, pode competir vitoriosamente com as mais belas ruas modernas das cidades européias, com a vantagem que, nos jardins, há uma flora quase tropical, a alegria das corolas multicolores, plantas de folhagens régias e variedade de vivos vegetais de toda espécie. Outras novas e amplas ruas se entrelaçam, contornadas sempre de casinhas de um a dois andares, edificações ocultas entre os ramos e as flores, alegres habitações de luzes e de cores que irradiam uma aura de doçura e de simplicidade". 23


Os palacetes dos bairros da elite tinham estilos muito diversificados e, geralmente, reproduziam uma maneira de viver à moda francesa. "Vivia-se ali em grande estilo, com refinamento e requinte, procurando-se imitar o modo de vida das metrópoles européias mais importantes do século XIX", analisa Maria Cecília Naclério Homem. 24 A manutenção de um palacete exigia de 10 a 15 criados.




Um dos palacetes mais famosos do bairro de Higienópolis é a Vila Penteado, que pertenceu ao fazendeiro de café Antônio Álvares Penteado, em estilo art nouveau, 25 cercada de jardins, lago artificial, quadra de tênis, horta, cocheira e dependências para empregados. A Vila Penteado é um edifício tombado que foi doado pela família para a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, na década de 1940.

A Avenida Paulista, outro empreendimento imobiliário de luxo projetado pelo engenheiro uruguaio Joaquim Eugênio de Lima, foi inaugurada em 1891. Foi a primeira via pública asfaltada e arborizada com uma extensão de três quilômetros e faixas de trânsito para carruagens e cavaleiros, pedestres e bondes. Lembra-se o sr. Ariosto, velho morador do bairro, em depoimento a Ecléa Bosi: "A Avenida Paulista era bonita, calçamento de paralelepípedo, palacetes. As outras ruas eram semicalçadas, cobertas de árvores, de mata. De noite, os lampioneiros vinham acender os lampiões e de madrugada voltavam para apagar". 26




Os palacetes da Avenida Paulista tinham diversos estilos. "Ostentavam uma decoração mais profusa e exuberante. Com cerca de dois quilômetros de extensão, essa avenida apresentava um grande número de residências. Eram vilas pompeianas, neoclássicas, florentinas, neobizantinas, inspiradas no Renascimento francês ou no estilo Luís XVI, etc., aos quais viria juntar-se o art nouveau." Para Richard Morse, a elite paulistana não tinha tradições, dada a "miscelânea ostentosa de estilos - clássico, florentino, inglês, oriental, neocolonial etc.- da Avenida Paulista".

O Belvedere Trianon da Avenida Paulista, de onde se avistava um belo panorama da cidade, foi projetado por Ramos de Azevedo e inaugurado em 1916 pelo prefeito Washington Luís. Era um dos passeios preferidos dos paulistanos.




O Trianon tinha restaurante, salões de festas, galeria e pérgula com uma estátua em cada extremidade."A área desempenhou, durante 20 anos, um papel social da maior importância na cidade de São Paulo. Foi um ponto de reuniões, junto à principal via de articulação dos bairros de alta renda, a Avenida Paulista. Foi ponto de encontro para todas as formas de atividade social", afirma Nestor Goulart Reis Filho.

No final da década de 1930, o Trianon encontrava-se decadente, sem a conservação necessária de seus pavilhões. Na década de 1950, o pavilhão norte foi derrubado pela prefeitura para a construção do Museu de Arte de São Paulo, o Masp.




Jorge Andrade

Aluísio Jorge Andrade Franco (Barretos SP 1922 - São Paulo SP 1984). Autor. Um dos mais expressivos dramaturgos paulistas e brasileiros, retrata com funda verdade e grande poesia cênica diversos panoramas da vida ligada à herança cafeeira; dedicando-se, posteriormente, a temas contemporâneos a sua época e ligados à vida metropolitana.

Jorge conclui sua formação como dramaturgo na Escola de Arte Dramática, EAD, em 1954. Seu primeiro texto é O Telescópio, composto em 1951 e dirigido por Paulo Francis, no Rio de Janeiro, com o elenco da Companhia Dramática Nacional, CDN, em 1957. Ao invés das longas distâncias, esse telescópio aponta para as regiões da memória do autor, ao enfocar rastos de seu passado e figuras que bem conhecia.

Filho de fazendeiros e tendo vivido a cultura do meio rural, o autor trará para a cena profundas observações desse universo, especialmente sua derrocada e adaptação ao meio urbano, fonte dos conflitos que atravessam a maior parte de suas criações, como A Moratória, encenada, em 1955, por Gianni Ratto para a companhia de Maria Della Costa, espetáculo que lança a jovem Fernanda Montenegro.

Pedreira das Almas, retratando o período do esgotamento da exploração aurífera em Minas Gerais, durante a Revolução de 1842, sobe à cena em 1958, numa direção de Alberto D'Aversa para o Teatro Brasileiro de Comédia, TBC. O mesmo conjunto será responsável por algumas das mais expressivas criações do autor, como A Escada, em 1961, numa encenação de Flávio Rangel; Os Ossos do Barão, em 1963, com direção de Maurice Vaneau e, no ano seguinte, Vereda da Salvação, encenação de Antunes Filho, de 1964. Pela importância dessa realização em sua obra, o mesmo encenador voltará a colocá-la no palco, reformulada e revista, em 1993, com o Centro de Pesquisas Teatrais, CPT.

O tema último dessas criações, salientado pelo próprio Jorge em sua autobiografia Labirinto, editada em 1978, é a memória: "Nesta mistura de presenças concretas, até onde vai a realidade e começa a fantasia? (...) Penso que Proust é a volta ao passado; que o passado é a natureza; que a natureza é Rousseau; e que Rousseau é a raiz da nossa verdade".1 Esta nostálgica natureza - tempo feliz ou tempo de ordem - surge como o pano de fundo que move a maior parte das suas grandes personagens; entre os quais se sobressai Vicente, espécie de alter ego do autor que pontilha diversas de suas criações; ainda que denotando diferentes máscaras. Em A Escada, escrita em 1960, o autor retrata um casal de idosos, cujo futuro é discutido pelos filhos, moradores de um mesmo bloco de apartamentos. O tom nostálgico e a presença da memória voltam a infundir poesia à cena jorgiana. Em Os Ossos do Barão, de 1962, única comédia que escreve, examina os escombros a que se reduziu o império de um barão do café e a vitoriosa ascensão de um imigrante.

O recurso à metalinguagem - evidenciando explicitamente os procedimentos da ficção dramática - bem como a exploração do tempo - superposição ou concatenação de ações no passado e no presente - contribuem para o refinamento expressivo jorgiano, tornando essa exploração pelos labirintos da memória pontuada de recursos artísticos de alto quilate.

Trabalhando para a revista Realidade, Jorge é colocado frente a frente com os dramas da metrópole. Desses confrontos, nasce em 1963, Senhora da Boca do Lixo, sobre uma decaída protagonista da sociedade tradicional, que agora vive de contrabando. Presa, acaba encontrando a liberdade em função das ligações com altas personalidades que ainda mantém. Proibida pela Censura, a estréia dá-se em Portugal, em 1966. No Brasil é montada pela atriz Eva Todor, com direção de Dulcina de Morais, em 1968.

Rasto Atrás retrata um ajuste de contas com o passado do autor e seus irreconciliáveis conflitos com o pai, ganhando uma encenação de Gianni Ratto, em 1966, para o Teatro Nacional de Comédia, TNC. Outra montagem de sucesso do texto ocorre em 1995, sob a direção de Eduardo Tolentino de Araújo para o Grupo TAPA, em São Paulo.

Em 1969, surgem duas novas realizações do autor: As Confrarias, em que flagra a vida das estratificadas sociedades eclesiásticas de Vila Rica, tomadas como metáforas da pouca mobilidade social, tendo como pano de fundo o ambiente do Brasil Colônia; e O Sumidouro, na qual põe em cena o dramaturgo Vicente e o bandeirante Fernão Dias. Ambas, pelas exigências cenotécnicas e grande elenco, nunca foram encenadas profissionalmente.

A ditadura não deixa de inspirar o autor: para a Primeira Feira Paulista de Opinião escreve A Receita, encenação de Augusto Boal, em 1968; e em 1977 lança Milagre na Cela, proibida pela Censura, porque exibe o estupro praticado por um delegado, além da violência dos torturadores durante as sessões de sevícias de uma freira. Baseada em fatos reais, o texto somente conseguirá subir à cena em 1981, numa encenação carioca do grupo Barr. Também em 1981, Jorge escreve um dos elos-atos da peça A Corrente, sendo que os outros dois são de Consuelo de Castro e Lauro César Muniz, para um espetáculo com Rosamaria Murtinho e Mauro Mendonça, enfocando três casais entrelaçados por uma trama em comum.

Permanecem inéditas algumas criações: As Colunas do Templo,1952; Os Crimes Permitidos,1958; Os Vínculos, 1960; O Mundo Composto, 1972; A Zebra e A Loba, ambas de 1978.

Os sérios conflitos que manteve com o ambiente familiar, especialmente seu pai, que não aceita nele a existência de um artista, motivam Jorge Andrade a refletir, anos depois: "Então minha verdade saiu da terra, cresceu e ultrapassou a mata. Percebi como devia ser maravilhoso compreender, interpretar e transmitir! Partir da minha casa, minha gente, de mim mesmo e chegar ao significado de tudo, tendo, como instrumentos de trabalho, apenas as palavras e a vontade".2 Fez então cumprir-se o destino que traçou para si mesmo entre Proust e Rousseau, fazendo da narrativa um reencontro com sua natureza perdida.

Pela publicação de parte de sua obra, sob o nome de Marta, A Árvore e O Relógio, em 1986, Jorge recebe o troféu Molière. É reconhecido ao longo da carreira, através de algumas premiações, tais como Prêmio Saci de melhor autor por A Moratória, 1955, e por Os Ossos do Barão, 1963; Prêmio da Associação Paulista de Críticos Teatrais, APCT, de melhor autor por Pedreira das Almas, 1958; A Escada, em 1961; e Vereda da Salvação, 1964. No ano seguinte ganha, por Rasto Atrás, o 1º lugar de melhor autor do Serviço Nacional de Teatro, SNT.

É ainda o criador de algumas telenovelas e casos especiais, com destaque para Os Ossos do Barão, inicialmente em 1973 e regravada em 1997, O Grito, 1976; As Gaivotas, 1979; O Fiel e a Pedra, 1981; Os Adolescentes, 1981; A Escada, 1981; Ninho da Serpente, 1982; e Mulher Diaba, em 1983. Vereda da Salvação transforma-se em filme, dirigido por Anselmo Duarte, em 1965.

Considerado um clássico da dramaturgia moderna, Jorge Andrade é objeto de diversas teses acadêmicas e ensaios que investigam aspectos inovadores de sua grande e diversificada obra. Sobre ele, pronunciou-se o crítico e ensaísta Anatol Rosenfeld: "No seu conjunto esta obra é única na literatura teatral brasileira. Acrescenta à visão épica da saga nordestina a voz mais dramática do mundo bandeirante. É única, esta obra, pela grandeza de concepção e pela unidade e coerência com que as peças se subordinam ao propósito central, mantido durante longos anos com perseverança apaixonada, de devassar e escavar as próprias origens e as de sua gente, de procurar a própria verdade individual através do conhecimento do grupo social de que faz parte e de que, contudo, tende a apartar-se, precisamente mercê da própria procura de um conhecimento mais aguçado e crítico, que situa este grupo na realidade maior da nação".3

Notas

1. ANDRADE, Jorge. Labirinto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. p. 204.

2. ANDRADE, Jorge. Labirinto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. p. 158.

3. ROSENFELD, Anatol. Visão do ciclo. In: ANDRADE, Jorge. Marta, a árvore e o relógio. São Paulo: Perspectiva, 1970. p. 599.



Atualizado em 05/10/2005

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