Sunday, July 22, 2007

"A gente já está sem lágrimas para chorar"



Nem elefantes voadores resolveriam'

Há saída para o caos......a indústria aeronáutica experimentou uma expansão sem precedentes nos últimos anos, enfiando-se numa competição de mercado alucinada. Hoje é vítima do próprio sucesso. Vejamos: voar ficou mais barato, mais acessível, mais simples. Compram-se bilhetes pela internet. Faz-se check-in em máquinas de auto-atendimento. Promoções não param de ser oferecidas. Resultado: segundo a International Air Transport Association (IATA), até 2010, haverá 500 milhões de passageiros a mais no mundo. Um boom. Só que, hoje, aeroportos já estão sobrecarregados, atrasos e cancelamentos de vôos viram rotina, o estresse das tripulações e dos viajantes rende embates diários, há o desgaste das aeronaves, descontroles em torres de controle, acidentes e, pior, vidas se perdem.

A indústria aposta nos aviões gigantes. Tarifas reduzidas, passageiros aos montes, terminais cheios, estresse geral, acidentes, vítimas: há saída para o caos?

A queda de um Airbus da frota da TAM, que provocou duas centenas de mortes e um incêndio que parecia anunciar “o fim do mundo”, no dizer de testemunhas, estampou as primeiras páginas dos jornais internacionais na semana passada. O mundo voltou-se para a tragédia no Aeroporto de Congonhas (SP), numa terça-feira chuvosa e fria. Dois dias mais tarde, em Houston, Texas, Charlie LeBlanc analisava o mapa múndi que decora seu escritório, na sede do ASI Group. De qualquer ângulo que olhasse o desenho, chegava à mesma conclusão: “Hoje, não vejo país que tenha resolvido os desafios do setor aéreo”.

Considerado um dos maiores consultores em riscos globais do mundo, LeBlanc inscreve a tragédia paulistana num quadro bem mais abrangente. Seja no Brasil, nos Estados Unidos, na Malásia ou na China, voar ficou perigoso. Porque, de um lado, o terrorismo faz de aeroportos e aviões alvos de ataque. E, de outro, a indústria aeronáutica experimentou uma expansão sem precedentes nos últimos anos, enfiando-se numa competição de mercado alucinada. Hoje é vítima do próprio sucesso. Vejamos: voar ficou mais barato, mais acessível, mais simples. Compram-se bilhetes pela internet. Faz-se check-in em máquinas de auto-atendimento. Promoções não param de ser oferecidas. Resultado: segundo a International Air Transport Association (IATA), até 2010, haverá 500 milhões de passageiros a mais no mundo. Um boom. Só que, hoje, aeroportos já estão sobrecarregados, atrasos e cancelamentos de vôos viram rotina, o estresse das tripulações e dos viajantes rende embates diários, há o desgaste das aeronaves, descontroles em torres de controle, acidentes e, pior, vidas se perdem.

Vislumbra-se uma saída? “Só com ações coordenadas”, avalia o consultor, formado pela Universidade da Califórnia e hoje membro da National Business Aviation Association (NBAA). Tecnologia, diz ele, há de sobra. Para otimizar o espaço aéreo, automatizar vôos e garantir a performance dos aviões. Porém, o problema está mais no chão do que no ar.

"Those who speak most of progress measure it by quantity and not by quality."

George Santayana


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